BIG BIG BIG MAC

Antes de tudo, a obra "Big big big mac" é uma homenagem à vida do cantor Daniel Pedreira Sena Pellegrine, conhecido como Mc Daleste. O cantor, que iniciou no funk cantando o gênero "apologia", se popularizou principalmente na vertente "ostentação", onde cantava sobre um estilo de vida extravagante, mencionando o acesso a bens de consumo — muitas vezes inacessíveis para a população periférica, mas tão almejados por ela — viabilizado pelo exercício de seu sonho: cantar funk. O artista foi um dos maiores responsáveis pela popularização do gênero em São Paulo e no Brasil, e suas músicas estiveram muito presentes durante a adolescência do artista "O tal do Ale”. Em 2023, completaram-se 10 anos desde a sua trágica morte.

Como forma de manter sua memória viva para as próximas gerações, assim como a arte clássica fez com várias personalidades históricas, nesta obra é retratado um dos momentos icônicos de sua carreira, quando Mc cantou a música "voz estranha" no McDonald's. Fugindo do modelo clássico de representação de fatos históricos com pinturas realistas a óleo, como vemos na história da arte, em "Big big big mac", o artista se transforma em um combo do lanche "Big Mac", citado por ele na música, invertendo assim a relação entre bem de consumo e consumidor. Nessa mudança, Mc Daleste se torna esse bem de consumo, desejado por ele e pelas massas, da mesma forma que suas músicas, que retratavam seu desejo de consumo, tornaram o funk um "objeto" de desejo e interesse na indústria musical.